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STARTUPS ESTARÃO NO FOCO DAS FUSÕES E AQUISIÇÕES EM 2019
Um dos casos mais rumorosos, que ilustra bem esse cenário, é o da fusão entre Embraer e Boeing, que pode resultar numa nova gigante mundial da aviação. Embora o assunto tenha sido abordado de raspão durante o período da campanha eleitoral – sem que isso tenha sido um tema que empolgasse a massa –, agora chegou o momento da definição. As mais recentes manifestações do presidente eleito, Jair Bolsonaro, e de parte de sua equipe, foram no sentido de que o acordo será avalizado e é importante para a própria sobrevivência da empresa. Se ele não mudar de ideia, este será o melhor dos rumos.
Da mesma maneira, vários negócios ficaram parados nos últimos meses, dadas as incertezas quanto aos rumos que o País tomará a partir de 2019. Agora, esses negócios começam a desenrolar e tomar forma.
Um estudo divulgado recentemente pela PwC Brasil indicou que em 2019 as fusões e aquisições devem crescer em torno de 15% em comparação com o observado este ano. Se os números se confirmarem, será um salto gigantesco, uma vez que, conforme o mesmo levantamento, as operações de M&A cresceram apenas 4% no acumulado até outubro de 2018, em comparação com o mesmo período de 2017.
A participação estrangeira, segundo a PwC, que em 2018 representou 37% das operações (até outubro), deve ser ainda maior em 2019, podendo chegar a 50% do total. E boa parte das atenções deverá estar voltada para as chamadas startups.
Em 2018, elas saíram às compras ou foram objeto de desejo de vários grupos empresariais. Empresas jovens e plataformas como iFood, 99, Descomplica, Bidu e Resultados Digitais foram protagonistas de algumas das mais comentadas transações do mercado, em negócios que movimentaram centenas de milhões de dólares.
As perspectivas para 2019 são promissoras. Há ainda um amplo mercado a ser explorado e as companhias estrangeiras estão de olho nas bem-sucedidas startups brasileiras. Mas, em que pese o otimismo do mercado com os nomes da equipe econômica recentemente anunciados pelo governo eleito, as incertezas quanto aos rumos da política econômica ainda não foram totalmente dissipadas. O próprio desenho da estrutura do novo gabinete é um indicativo dessa incerteza, uma vez que a cada dia surge nova informação sobre as responsabilidades que cada ministério terá.
Exemplo disso é a informação que circulou nos últimos dias quanto ao destino do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão que dá a palavra final sobre supostos atos de concentração de mercado. Até hoje, o Cade tem estado subordinado à pasta da Justiça, que a partir de 2019 terá como chefe o ex-juiz federal Sérgio Moro. Agora, poderá ir para o já grande guarda-chuva do futuro mandachuva da Economia, Paulo Guedes. Como se vê, ainda há muito a ser clareado para que o ambiente de negócios, notadamente o de fusões e aquisições, possa seguir com desenvoltura no novo ano.