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No contexto da infinita evolução tecnológica, a advocacia tem testemunhado uma revolução silenciosa, mas profundamente impactante nos escritórios e departamentos jurídicos. Inúmeros executivos, advogados e analistas, estão, nesse exato momento, buscando meios de inovar o seu departamento, ou minimamente a sua rotina, por meio da Inteligência Artificial Generativa (IAG), são esses profissionais que estão conduzindo mudanças na intersecção da tecnologia com o direito.

Ainda não temos noção da dimensão do impacto dessa tecnologia nas nossas vidas, mas os resultados já são visíveis, sobretudo no ganho de eficiência dos usuários que conseguiram incorporar a IAG à sua rotina.

Possivelmente você já se frustrou em algum teste com uma IA generativa, que não supriu às suas expectativas e forneceu um resultado indesejado, ou até oposto à sua necessidade. A criação de Prompts (comandos) é uma verdadeira (e muito nova) competência, e que pode ser aprimorada. Aqui vão 5 dicas para melhorar a sua experiência:

1. Emule uma Personalidade:

Forneça a IA o contexto que quem produzirá a resposta, lembra-se de que a IA generativa é probabilística, e irá se adaptar ao contexto que for conferido a ela no Prompt. Ao redigir uma consulta sobre legislação trabalhista, o advogado pode dirigir-se à IAG como se estivesse consultando um “renomado especialista em direito trabalhista”. Isto pode ser particularmente útil quando estiver preparando um parecer para um cliente corporativo sobre alterações recentes na legislação.

2. Seja Claro e Específico:

Seu prompt não precisa ser curto, aliás, é desejável que contenha o maior número de palavras, para que a IA forneça melhores associações na sua resposta. Contudo, ele precisa ser claro, e o mais específico possível. Ao invés de solicitar “Informações sobre fusões e aquisições”, um advogado corporativo poderia refinar o seu prompt para “Descreva os procedimentos regulatórios para fusões e aquisições no setor de tecnologia no Brasil no ano de 2023”.

3. Use Questionamento Iterativo:

Todas as Inteligências Artificiais Generativas de texto, se apresentam em formato de chat, portanto, você pode (e deve) refinar os resultados por meio desse chat, forneça feedbacks, normalmente a resposta ideal não é gerada ao primeiro comando. Após receber um resumo sobre um determinado estatuto, um advogado pode retornar com um pedido de complemento, como “Poderia detalhar mais o Artigo 5 deste estatuto?”. Esta abordagem permite um aprofundamento contínuo até alcançar a informação exata desejada.

4. Incorpore Contexto:

Já foi emulada uma personalidade para a sua resposta, agora incorpore também um contexto. Se o objetivo é redigir uma cláusula sobre propriedade intelectual em um contrato de parceria tecnológica, o prompt poderia iniciar com “Considerando uma joint venture entre uma startup fintech e uma empresa de software estabelecida…”.

5. Diga o que você quer e o que não quer:

Alguns críticos da IA sempre ressaltam o fato dela produzir informações que podem ser inventadas e irreais, e por ser probabilística, isso pode mesmo ocorrer. Contudo, você pode dar um comando para que a IAG não invente informações, por exemplo. É recomendável que você informe o artigo que deseja mencionar, alguma lei específica, ou forneça palavras-chave que devem ser mencionadas no texto, ou mesmo as que não devem de forma alguma ser mencionadas. Em um caso de due diligence, por exemplo, o advogado pode solicitar à IAG “Liste as etapas principais do processo, excluindo qualquer menção a avaliações financeiras”. Isto garante que o conteúdo gerado seja exatamente alinhado às necessidades do caso.

Dica Bônus: Encaminhe para a IAG seus próprios textos e artigos, solicite que ela forneça respostas no mesmo sentido, baseada no seu padrão de escrita, você certamente se identificará mais com os resultados.

A capacidade da Inteligência Artificial Generativa de aprimorar a eficiência e produtividade na esfera jurídica é algo inquestionável. Enquanto os chats e interfaces de usuário podem parecer simples, dada a facilidade de uso, a arquitetura por trás dessa IAG é incrivelmente complexa e evolui em ritmos que ultrapassam a nossa própria compreensão. A verdade é que ainda estamos apenas arranhando a superfície do potencial inerente dessa tecnologia. Suas funcionalidades estão longe de serem exauridas. Sem dúvida, aqueles que reconhecem e incorporam ativamente essa tecnologia estão não só otimizando suas operações, mas também se posicionando na vanguarda do setor jurídico, liderando uma era de inovação e transformação sem precedentes.

Paulo Henrique Fernandes