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CONSCIÊNCIA NEGRA

30 de novembro de 2021

Há quem diga que não devamos existir.
Há quem acredite que temos o nosso lugar.
Há quem ainda insista que vale a meritocracia.
Até porque, havendo chances basta aproveitar.

Mas entre os achismos e opiniões, ambos convergem para o mesmo lugar.

E todos hão de concordar, sem eufemismos, o fato de que, ainda, há cor que importe mais.

Apesar de muitos discordarem dessa realidade, e o resumirem em excesso de criticidade, vitimismo, “mimimi”, a palavra que quase não se pode nomear, ainda é um tabu no Brasil.

RACISMO. Nomeemos com todas as letras.

O racismo parte do princípio de que um grupo racial é inferior ao outro, mas não só isso. Ele restringe o acesso de pessoas negras a oportunidades e recursos, marginalizando-as.

Esse mal, enraizado em nossa sociedade, diariamente encontra corpos negros, de forma estabelecida e naturalizada.

E como uma engrenagem perfeita, o racismo se amolda ao cotidiano, à nossa cultura, sem que percebamos o quanto o fomentamos e permitimos que ele cresça, evolua e apareça, performando violência e opressão.

A nítida dificuldade para o reconhecimento do racismo atinge quem não detém conhecimento suficiente para reconhece-lo, bem como quem é privilegiado demais para que tenha acesso às suas mazelas.

O racismo permeia nossas vivencias, todos os dias, seja pela mídia, internet e os estereótipos presentes em cenários fictícios da dramaturgia, que insistem em alocar pessoas negras em lugares específicos.

Em razão disso, até mesmo de forma inconsciente, o nosso cérebro se acostuma com muitas ideias racistas, que reproduzimos em todos os ambientes, sem que haja consciência plena disso.

Mas, ainda que haja escusas ao entendimento fático em que se perpetua, os dados mostram a inegável e gritante desigualdade racial que existe em nosso país.

Apesar de sermos 54% da população brasileira, hoje representamos uma minoria em alguns espaços, como os escritórios de advocacia.

Mas, basta. Não podemos mais admitir tamanha sub-representatividade como norma.

Que tomemos consciência de que todos nós devemos criar e propiciar condições para rompimento dos estereótipos, preconceitos e estigmas raciais, tendo como primeiro passo o entendimento de que o racismo existe e ainda precisa ser superado, na mentalidade de cada um.

Em uma cultura racista, não basta repudiar o racismo. É necessário que todos tenhamos uma postura antirracista, ativa e explicita.

Não permita que essa luta em prol da igualdade pare nesse vídeo.

Vamos, juntos.