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BANCOS OFERECEM IMÓVEIS COM ATÉ 75% DE DESCONTO EM LEILÕES; VALE A PENA COMPRAR?
O que você precisa saber
- Quando um imóvel vai a leilão, costuma ser vendido por um preço abaixo do cobrado no mercado tradicional. Mas vale a pena comprar?
- Para especialistas ouvidos pelo 6 Minutos, a compra vale a pena para quem vai pagar à vista.
- A recomendação para não ter problemas com a compra é contratar um advogado, que será responsável por levantar todas as características do imóvel, como dívidas e custos com documentação.
Instituições como Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander oferecem imóveis em leilão com descontos que podem chegar a 75% do valor de mercado. Mas será que vale a pena aproveitar os preços mais baixos?
Especialistas ouvidos pelo 6 Minutos dizem que depende do perfil do comprador e que é preciso ter muita atenção para não transformar a aquisição em um pesadelo.
Para José Masini, planejador financeiro CFP pela Planejar (Associação Brasileira de Planejadores Financeiros), a compra em leilões vale a pena para quem tem dinheiro para arrematar o imóvel à vista.
“Você pode conseguir um desconto em relação ao custo de mercado do imóvel, mas se entrar em um financiamento para arrematar, dependendo da taxa de juros, pode acabar eliminando todo o desconto inicial. Também é mais difícil conseguir conciliar o prazo do evento com a liberação do empréstimo”, afirma Masini.
O mesmo vale para quem compra com o objetivo de investir. “Para o público investidor, comprar um imóvel abaixo do preço de mercado, reformar e vender com lucro é uma ótima oportunidade”, afirma Giuliano Milano, CEO da VGV SA, empresa focada em soluções para incorporadores.
Normalmente, imóveis mais danificados, ocupados ou que estão sendo leiloados pela segunda vez têm preços mais atrativos.
Escolhi o imóvel que quero comprar, o que fazer? “Na hora de comprar um imóvel em leilão, é importante ter o acompanhamento de um advogado para olhar as condições do edital, fazer uma visitação ao local para descobrir todas as pendências financeiras. Não é uma modalidade de compra para amadores”, afirma Giselle Vergal Lopes, advogada sócia do escritório Viseu Advogados.
O primeiro passo é ler o edital do leilão com atenção, para identificar todas as características do imóvel – lance mínimo, se está ocupado ou não e a forma de pagamento, por exemplo. A maioria das ofertas pedem pagamento à vista, mas existem algumas que aceitam parcelamento ou financiamento bancário.
Com a assessoria de um advogado, o comprador vai conseguir localizar se não há mais dívidas relacionadas ao imóvel, que não estavam citadas no edital, para evitar surpresas desagradáveis depois da compra.
Os locais ocupados exigem uma atenção extra. Para os especialistas, não existe problema em optar por estas oportunidades, desde que o comprador saiba que existem custos para fazer a desocupação e que o processo pode demorar anos até ser concluído. Antes de acionar a Justiça, o arrematante pode tentar negociar um prazo para que a desocupação aconteça de forma amigável.
A visita também é muito importante antes de dar um lance, já que a condição do imóvel vai influenciar no valor da oferta. “Se você conseguir participar de um leilão de um imóvel desocupado, melhor, porque vai conseguir visitar. Caso o imóvel que você quer esteja ocupado, procure saber sobre as condições do local, se a pessoa faz a manutenção da propriedade. Se for um prédio, converse com o zelador e com o porteiro para conseguir mais informações”, afirma Masini.
Onde encontrar os imóveis em leilão? Quando o leilão é relacionado a bancos, todas as oportunidades estão listadas nos sites das instituições.
O Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander estão com leilões de imóveis comerciais e residenciais abertos a lances até o mês de maio. Dentre as opções de compra estão casas, apartamentos e terrenos.
Todas as informações a respeito dos valores e datas máximas para lance estão disponíveis dentro do edital do imóvel escolhido.
Estabeleça um lance máximo
Antes de começar a dar os lances, o comprador precisa definir qual o valor máximo que pode desembolsar. “No calor da emoção, se você não tiver sangue frio para definir até que valor pode chegar, pode ser influenciado pelo lado emocional e ter prejuízo”, afirma Milano.
A conta deve incluir o valor de mercado do imóvel, as dívidas que precisam ser quitadas (se houver), os custos com documentação, reforma e desocupação, além das taxas do próprio leilão, para garantir que o desconto valha a pena.
Posso desistir do lance? Sim, mas há cobrança de multa. Viseu explica que são duas penalidades: a primeira de 5% do valor do imóvel, destinada ao leiloeiro, e a segunda de até 20%, que vai para a instituição que colocou o imóvel à venda, que usa o dinheiro para abater parte dos débitos do local.